Queridos amigos.

Sejam bem vindos!!! Agradeço-lhes por visitar meu blog, ter a paciencia e gentileza de ler meus escritos. Que o Senhor Jesus lhes abençoe!!! Aguardo com carinho sua proxima visita, caso desejem, façam login nas fotos dos seguidores e comentem após cada postagem, fiquem a vontade. Um bjão. Gilma.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Meu nascimento - 1ª Postagem


Nasci em uma tarde fria e chuvosa, no dia nove de junho de mil novecentos e sessenta, em um casebre sombrio e triste, um candeiro alumiava um quarto onde estava deitada uma mulher grávida, em uma cama de lona, unica mobilia existente em toda a casa, a mulher pálida se contorcia de dores, esperava a hora de um novo ser vir ao mundo, um silencio pairava tenebroso, seus olhos voltava-se para a porta do quarto, como se esperasse alguém, com ela estava apenas uma parteira e sua filha de seis anos, seu marido não chegara, talvez se atrasou em algum boteco de esquina. Naquele casebre havia um clima de medo, tristeza e incertezas, passam as horas.. .o tempo parece lento, parece compactuar com os sentimentos existentes no coração daquela mulher, que apesar de forte e corajosa parecia antever tantos sofrimentos. Nascida de Negro e de uma india, foi abandonada com suas tres irmãs, pelos pais, foram criadas por um tio, que lhes tratavam como escravas. Já é noite e seu sofrimento chega ao fim, nasci... uma menina, que decepção... esperava que fosse um menino, talvez até para agradar seu marido.


Depois do nascimento, quinze dias se passaram, era festa junina, o meu pai reune vários amigos, fizeram uma fogueira e começaram a beber, comemoravam meu nascimento, Ah! se eu já falasse papai... e meu abençoado pai teve um xilique de bebado, emocionado vai buscar seu pequeno tesouro, minha mãe falou que pegou-me como estava e levou-me para a fogueira, será que ele alucinado pensava que eu era uma porquinha nova e ia assar-me na fogueira? disse que mostrava-me a todos e eu passava de mão em mão, de repente aconteceu o inesperado, um dos bebados vai entregar-me a meu pai e ele acho que enxergou duas, agarrou minha sombra e eu me estabanei no chão, por pouco não fui assada viva, minha mãe falou que dei um grito e me calei quase para sempre.

Imagine o reboliço, era minha mãe chorando e batendo em meu pai, e eu me fingindo de morta, roxinha, roxinha e bebados correndo para todo lado, não sei se acertaram suas casas. Pobre de mamãe, correu comigo nos braços chorando da Rua da Areia; até a Rua Pedro Cavalcante, na casa dos meus avós paternos, e eu que não era besta ainda estava fingindo-me de morta. E agora...chora mamãe, chora minha avó, acho que os outros acharam bom. Deram dinheiro para minha mãe e novamente ela volta a correr sozinha para o hospital, ao chegar lá deram umas palmadas e Deus soprou nas minhas narinas novamente, apenas fiquei com um hematoma nas costas, assim mamãe falou, mas acho que afetou meu juizo, além de ter puxado a meu pai depois da queda tenho certeza que não fiquei muito legal não.

Um comentário: