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sábado, 16 de abril de 2011

Meus primeiros amigos _ Rua: São Domingos _ 8ª Postagem

Fomos morar na Rua São Domingos, vivíamos trancadas, aos sábados e domingos quando mamãe estava de bom humor, podiamos brincar com nossos vizinhos, Jurandir filho de D. Ana e Vilma filha de D. Maria, porém, tinhamos que está atenta ao toque de recolher, digo, aos gritos de mamãe quando achava que já tinhamos brincado demais, nossa vontade sempre era de ficarmos mais, mas nem pensar em tal coisa.Nosso casebre ficava bem próximo a igreja, e uma senhora catequista ( D. Antonia ) juntava as crianças para levar a missa aos sábados. Mesmo criança ia a igreja, mesmo não tendo orientação religiosa, quando era hora dos pedidos, suplicava com fé e dor que  Aquele Senhor que as pessoas falavam que era Bom, ajudasse mamãe e tivesse misericórdia de seus sofrimentos, meus pedidos parecem que não iam com carta registrada, parecem que eram estraviadas antes de chegar até Ele, ou talvez Ele não ouvia meus miseros pedidos. E continuavamos na mesma peleja, na mesma escasses, era uma fartura só... Não sei se já falei que não tinhamos brinquedos, nem tão pouco bonecas, dobravamos as toalhas, feitas por mamãe ( de saco ), tão limpas, parecia coco, e embrulhavamos com outra e assim era nossas filhinhas ( ou seja, nossas bonecas ). E uma vez ganhamos umas boneca feias, esquecemos de cuidar da casa e comida, mamãe quando chegou da lavanderia, cortou nossas bichinhas de foice... ai...ai... que chororô... que pena... que dor.



                              Trajédia  no milharal ...




   Iamos sempre a Quipapá, para a casa de uma comadre de mamãe, e certa vez quando chegamos lá, fiquei encantada, a filha da dona da casa mostrou-me algo que fiquei encantada, um monte de pés de bonequinhas, achei aquilo maravilhoso, que menina rica, tinha muitas bonequinhas, em umas plantinhas longas e verdinhas, e o mais legal é que não necessitava de dinheiro para comprar, a menina perguntou quais eu queria, falei que as amarelinhas, ela escolheu as vermelhinhas, imagine o que fizemos, tiramos todas as bonequinhas dos pés de milho, enquanto os adultos conversavam, nós fazíamos a festa, felizes, parecíamos estarmos num mundo da fantasia, não sei quanto tempo ficamos ali, a casa tinha um enorme terraço, enchemos um lado das amarelinhas, que eram as minhas, e o outro lado das vermelhinhas que eram as de Neide, mesmo feliz ouvi mamãe falar: "Comadre Luiza o que estas meninas estão fazendo que estão tão caladas?" eu muito euforica, não cabia em mim de tanta felicidade, olhei para elas e disse:  Brincando olhem como Neide é boazinha, me deu um montão de bonequinhas e nem preciso pagar. Vi aquela expressão pavorosa que eu já conhecia, no rosto de mamãe, ela começou a gritar: "Sua...  filha de uma ... o que foi que fizeste? " Vi lágrimas nos olhos dela, não entendi... como minha mãe era egoista... não queria que eu brincasse com minhas lindas bonequinhas, D. Luiza, pegou no braço de Neide, eu já começei a chorar, não sabia por que, mais sabia que ia levar uma boa sova.

       Naquele dia, tudo prá pobre é trajédia, foi uma verdadeira e triste trajédia, Sr. João o esposo de D. Luiza quando chegou, ficou indignado, toda plantação de milho que fez estava perdida, só sei que naquele ano os coitados não comeram canjica, nem milho assado. Hoje eu entendo porque levei uma bela sova e toda vez que mamãe lembrava, levava uns cascudos.
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