Queridos amigos.

Sejam bem vindos!!! Agradeço-lhes por visitar meu blog, ter a paciencia e gentileza de ler meus escritos. Que o Senhor Jesus lhes abençoe!!! Aguardo com carinho sua proxima visita, caso desejem, façam login nas fotos dos seguidores e comentem após cada postagem, fiquem a vontade. Um bjão. Gilma.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mudança para Rua do Matadouro. 4ª Postagem

Um feio dia, quando amanheceu... não estavámos mais, na Rua Pascoal Lopes, perguntei a Vivido onde estavámos, ela respondeu que tinhamos mudado de casa, de casa não, de um casebre para outro, maior, porém, bem pior! não entendia porque saimos de perto de pessoas tão boas de casas bonitas. Deixamos para trás, D.Nininha, Concilia, Agenor, Alonso, D.Almerinda, D.Isabel, Sr.Mariano, Sr.Chico das máquinas, D.Amara,D.Maria, Sr.Valdivino, As meninas que moravam na Escola João Pessoa, e outros(as).
Parece até que mudamos para as casas das minhas tias, tia Maria e tia Judite, porque a tarde iamos para casa de Tia Maria e a noite para casa de tia Judite , e íamos revezando. Era bom porque minha tia Maria tinha muitos filhos (amava muito minha tia e era uma alegria ir para casa dela, tinha muitos filhos era uma verdadeira festa.) e minha Tia Judite, morava com Quinha que tinha duas filhas, faziamos festa, só minha mãe parecia que não estava satisfeita com aquele fuzuê. Só iamos dormir na casa, uma vizinha nossa me deu de presente um patinho, fazia dele a bonequinha que eu sonhava ter e não tinha, levava ele para onde ia, era meu xodó,um dia minha irmã mais velha, Vivido, retirou minha irmã mais nova, Zizo, e eu (Nem) para fora da casa, o povo dizia que eram os homens da peste (doença) depois de velha soube que eram os funcionários da SUCAM que passavam nas casas colocando veneno, eu não sabia...só vi aqueles homens entrarem em minha casa e sairem despejando um liquido branco, só poderiamos entrar em casa à noite.
A noite fomos para casa e fui logo procurar meu único, favorito; e companheiro patinho, procuramos por toda casa, nada de encontra-lo, mamãe já estava ficando zangada, resolveu olhar em baixo da cama, pobre patinho estava duro com as pernas para cima, olhos arregalados, ...como foi triste... meu lindo amiguinho estava morto, naquela noite chorei, chorei, até apanhar para dormir.

Ô menininha cadê seu Pai?? Num sabo... Num sabo!!!! _ 3ª Postagem



Ô mininha cadê seu pai??? num sabo... num sabo


Até cinco ou seis anos, conscientemente não senti falta de uma presença masculina,minha mãe preenchia minha vida afetiva (paternal) lembro que sentia muita pena dela ,para mim era uma heroína, uma vez estava chovendo e ela pediu que fossemos a mercearia de sr.José Mariano, a rua tinha várias poças de água, eu entrava e pulava em todas minha irmã mais velha, chorava pedindo que saisse que ia molhar-me e mamãe iria bater em nós duas, foi buscar-me dentro de uma poça, só ouvi o grito de Vivido (apelido dela) e a água ficou vermelha, pensei: hoje morro...Vivido ficou escorada em uma parede (da casa da Alonso) e eu sai correndo para chamar mamãe.Quando cheguei em casa mamãe já foi gritando delicadamente: " O que foi Nem (meu apelido) que aconteceu? eu gelei, e falei cortando a voz:" -Foi um prego que entrou no pé de Vivido".. .que bom que ela saiu desesperada e não me perguntou como foi que aconteceu, só que quando chegou lá,ela corajosamente retirou o prego enferrujado do pé de Vivido e não perdeu tempo, foi logo perguntando:
-Como foi que aconteceu uma... dessa, estava com o olho no... eu sai correndo para casa e minha irmã apanhava e falava: - foi Nem mãe, foi Nem!!
O chinelo cantou no ar.
Certa noite, só ouvi minha mãe gritando: - socorro... socorro, colocando água no chão e uma tábua para pisar e abrir a porta, no mesmo instante, nosso vizinho Agenor, estava com uma mangueira molhando nosso casebre, tirou-nos de dentro, embrulhadas nuns chora meu nego ( lençois de pobre), com mais furos do que uma peneira.Viram que o martirio de Joana D"arc me persegue...!!!!!Fomos salvas por nosso heroi Agenor, que Deus o abençoe!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Minha Infancia _ 2ª Postagem










Minha Infancia...estava já com uns quatro anos moravamos na rua Pascoal Lopes,minha mãe para sobrevivermos vendia umas bugigangas em casa.Nossa casa era só dois comodos,mas eu ficava encantada com as casas dos nossos vizinhos,casas grandes, bonitas,morava até um frances, não sabia o que era, mas tinha muita vontade de conhece-los, diziam que eram gente diferente e que comiam muitas comidas diferentes e com açucar.E não sei se foi as comidas dos franceses que minha mãe comeu, certo dia, ela chamou uma mulher e ficaram as duas sozinhas no quarto e minha mãe gritava de dor, e nós, minha irmã mais velha e eu morrendo de medo e de dó da mamãe choravamos também.A mulher saiu do quarto e pediu para a gente parar de chorar, porque minha mãe estava sofrendo muito, e se a gente chorasse uma tal cegonha não trazia um bebe que mamãe ia ganhar, ai eu fiquei com muita raiva, além de mamãe trair a gente esperando um bebe que a tal cegonha ia trazer, estava gritando porque esse bebe não chegava.E foi longa a gritaria, de repente ouvimos um choro de bebe, não sei por onde a tal cegonha fogou o bebe, só sei que já estava deitado com minha mãe e mamando no peitinho que eu mamava...Ah! não gostei não, uma mãe traidora e um bebe folgado e intrometido, fiquei sabendo pela mulher que estava com mamãe que era uma menina, pensei logo já não tenho roupas e agora essa ai vai tomar as poucas que tenho.
Eu tinha mania de chorar com desespero quando minha mãe ia sair, falava que ia trabalhar, mas demorava tanto, parecia que o dia era um ano, por isso chorava e caia no chão para ela ver que muito ruim ficar sem ela, ela ficava irritada e dizia que eu era muito mal criada, e metia a sandália, e mandava eu engolir o choro.
Acho que queria me alto flagelar, tinha mania de colocar no nariz...caroço de feijão, de milho, conchetes, pressão...etc,mamãe colocava-me de cabeça para baixo e haja cassetada, até o abençoado sair.Certa vez já cansada de ficar de cabeça para baixo, enventei de fumar um cachimbo, mamãe saiu e deixou em cima de um banco, sempre via ela fumando e parecia que era muito bom, ela fechava os olhos e ficava pitando, peguei rápido e acendi, era fumaça para todo lado, ai que bom!!!pitei,pitei até acabar o fumo, foi então que senti algo muito estranho, minhas pernas estava fraca e minha cabeça não segurava no corpo...que horror!!! tudo girava a minha volta e eu não conseguia sair do lugar.Não vi nem minha mãe chegar, estava muito mal, com ansia de vomito, mamãe perguntou o que eu tinha, não consegui responder, e o chinelo cantou no ar, vomitei, ela me deu um banho frio e colocou-me na cama, nunca mais quis ver aquele maldito cachimbo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Diário e traumas de uma bastarda. _ Introdução.




Queridos... neste blogger cada dia relatarei; um pouco da minha história, lhes contarei como foi difícil minha trajetória até aqui. Sendo filha de uma mulher negra analfabeta, mãe solteira, pobre, sofri muitas discriminações e preconceitos, os quais geraram um mundo hostil, no qual sobrevivi com muito dificuldades, medos e traumas.