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sábado, 16 de abril de 2011

Menina de Trança... Não é mais criança... _ 9ª Postagem


       Rua :  Sargento  Silvino  Macedo...    Mil novecentos e antigamente...


     
    
       Aqui inicia-se um novo capítulo de minha história...  Nossas mudanças era sempre à noite, colocavamos as coisas numa carroça de mão quando era perto, ou  numa carroça de burro quando era mais distante...
       Não lembro qual o mes, sei que o ano 1970...

       Fomos morar num casebre, numa viela, era até bonitinho... tinha piso de cimento vermelho,  tinha um banheiro, dentro de casa, não, no quintal, estavámos quase ficando ricas, só que nosso trabalho dobrou, mamãe saiu do hotel, então, foi necessário arranjar mais roupas para lavar, arranjamos também um porco de meia ( ele não usava meia, para quem não sabe, simplificando, "meia", era um negocio feito por alguém que tinha dinheiro, com alguém que não tinha, mas aceitava criar, cuidar, e quando vendesse, quem comprou tiraria o valor que comprou o animal, e o restante dividiria entre as duas pessoas, Comprador e Criador ) não era bom negocio, a parte mais pesada era quem criava.  Agora sim... além de roupas, iriamos carregar lata cheia de restos de comida na cabeça, reclamar... quem era louco.

      Mamãe e eu acordavámos quatro e meia, ou cinco, íamos para Vila Maria ( Serra Branca ou Papa-Terra ) levar a roupa para lavar, deixava ela lá, ia para o Colégio, passamos dois anos sem estudar, por que não tinhamos como comprar o material escolar, farda, e uma taxa que pagava, mesmo nos colégios públicos, uma professora ( Edvanira ) que morava na mesma rua, soube, e como era diretora da Escola Dom Bosco, colocou-nos para estudar nesta escola ( hoje é a Igreja Evangelica Kerigma ), ainda hoje sou grata por isso, que o Senhor Jesus abençoe a vida dela onde estiver... Voltando a nossa rotina... á tarde íamos de casa em casa pegar restos de comida para o porco... era para o porco mesmo!!! pode rir.

    Nesta rua,  nesta casa... tiveram acontecimentos fenomenais... lembram que eu morria de medo da cegonha visitar mamãe... ela ficou chique... não visitava mais ninguém não. Minha mãe e minha irmã, sairam e quando voltaram foi com as crianças nos braços, cegoinha folgada, mais pelo menos minha irmã e mamãe, não se rasgaram de tanto gritar, assustando-nos. Nossa casa ficava um pouco escondida e quando queria olhar o que se passava na rua ia para o começo da viela, e ficava horas e horas perdida nos meus pensamentos, com um certo tempo notei que um homem ficava olhando para mim, as vezes falava comigo, me cumprimentava de longe, ficava meio arisca, era meio desconfiada com homens. Filha sem pai, de mãe solteira, não era bem vista, e além de tudo pobre. Tinha tido experiências traumáticas, mesmo com pouca idade, os homens que conheci, tinham atitudes nojentas que pareciam humanas, mas que tinham outro sentido, era intenções asquerosas,  mal intencionada, e até sórdidas, ofereciam ou davam fazendo caridade e boas ações e depois de certo tempo queriam cobrar o que deram:  um pão velho, um pedaço de tripa, uma porcaria qualquer ... Ai, que nojo! que pouca vergonha! homens que fingiam terem uma vida e  atitude exemplar, mas que por debaixo da máscara, não passavam de verdadeiros canalhas, salafrarios. Fui vitima de muitos desses anjos caidos da piedade... e não imaginam quantos e as carinhas de santas. Só que filhos sem pai, tem que aprender se defender cedo e sozinho. E aprendi... um velho nojento chegou a mostrar as chaves de uma casa e de um carro, dizendo ironicamente que eu vivia naquela vida porque queria, e que podia tirar minha mãe do sofrimento que vivia, se eu aceitasse sua proposta. Mandei ele se danar, além de canalha, velho, feio e nojento. Imagine que pedófilo, eu tinha doze anos... bandido... cuidado com seus filhos, irmãos, sobrinhos, netos, etc...ainda existem muitos desses por ai... e as vezes, com carinha de bonzinho, seu vizinho, seu amigo...

         Para acertar minha mãe, fazia uns abençoados vestidos e saias  curtas que chamavam atenção, dizia que achava bonito, e eu aceitava, economizava tecido para minha irmã caçula. Mas isso era desculpas para os tarados, eu era apenas uma menina e posso dizer que era inocente,quem quiser que não acredite é um direito de cada um, eu merecia respeito.Não vou falar dos canalhas,que conheci  porque seriam uns dez blogs e vocês se cansariam de ler tanta imundicies.


       Sei que estão curiosos, para saber... e o Homem olhava querendo o que?


       Já estava meio desconfiada, começou a me dar chocolate, bombom... ai pensei : " o que será que esse quer?  Falei para minha mãe, que o vizinho marido da professora Ednéa, pai de duas meninas ficava me olhando e que me deu chocolate, minha mãe ficou com raiva, dele não, de mim, começou a falar palavrões, e ainda disse que se eu via que ele estava olhando, era porque olhava também, e que conhecia o homem, era um homem direito, e que não ia dá trela para piralha, que eu fosse tirar o cheiro de mijo... pode?

       Passaram-se alguns meses, descobri que o homem não era casado, nem tinha filhos, era tio das meninas, irmão de Ednéa e o nome "Adonai." Então já comecei a pensar diferente, ele devia está querendo fazer amizade, e nesses acontecimentos todos,fomos nos aproximando, mas, nunca pensei que ele tinha outras intenções, certa vez, mamãe chegou para mim e falou que ele queria namorar comigo, achei muita graça, sorri tanto que mamãe ficou irritada. Eu inocentemente falei para mamãe namorar com ele que eu queria muito um pai, ela zangou-se mandou eu ter vergonha e respeita-la. E sem que eu dissesse sim ou não, foi desse modo que começei a namorar... ou que Adonai começou a me namorar. A partir daquele dia mamãe falou que não podia olhar rapaz nenhum com intenção de namorar. E fiquei igual a Rapunzel, trancada num casebre, esperando o principe desencantado. E ainda não fui feliz para sempre, ainda aconteceram muitos fatos, saberão os detalhes desse romance nas próximas postagens...



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