Queridos amigos.

Sejam bem vindos!!! Agradeço-lhes por visitar meu blog, ter a paciencia e gentileza de ler meus escritos. Que o Senhor Jesus lhes abençoe!!! Aguardo com carinho sua proxima visita, caso desejem, façam login nas fotos dos seguidores e comentem após cada postagem, fiquem a vontade. Um bjão. Gilma.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pai...você foi meu herói... meu bandido... _ 11ª Postagem


Ainda na Silvino Macedo...

Agora sim, com muitos problemas começei a ter inveja das crianças e adolescente que tinham uma família diferente, via que todas tinham pai, mãe e irmãos... eu não!!! as vezes ouvia minha mãe falar para as pessoas algo sobre meu pai e sonhava com alguém que um dia chegaria e colocaria um ponto final na vida sofrida que minha mãe levava, e passava-se dias e mais dias e nada acontecia, mamãe ajudava em duas casas, além das roupas que lavava, na casa de D. Regina ( na Silvino Macedo )  e na casa de D. Zezé ( morava na frente do Colégio Santa Sofia) quando ela ia lavar roupas eu ia para as casas ajudar, D. Zezé tinha duas netinhas, Thaís e Alana, a primeira morava com a mãe em Recife e a segunda ficava com a avó, eu me afeiçoei muito a ela, era muito linda e meiga, quando terminava de ajudava a fazer as coisas ia para o portão ficar olhando com  Alana as crianças que saiam do colégio e ali despertava a inveja, chegava a chorar escondida, quando os pais iam pegar suas filhas e traziam com carinho e lhes beijavam. Um nó sem vergonha atravessava minha garganta e meus olhos lacrimejavam sem parar... Ai... Ai... eu não queria chorar... como eu invejava aquelas crianças.

                 Na escola sentia falta de alguém que me defendesse dos ataques maldosos dos coleguinhas, mas não podia contar com ninguém, minha mãe já tinha tantos problemas, não levaria mais um, sem contar que levaria uma bela surra por está arranjando intrigas na escola, não importava quem começou, a lei era severa. Era melhor ficar quieta, fingir ou esquecer as ofensas, e assim  vivi, guardando  dores, por ser filha bastarda. Alimentei por muitos e muitos anos a ilusão, que meu pai mesmo distante, devia de vez em quando lembrar de mim, e um dia sentiria vontade de conhecer-me, mais que bela ilusão, hoje sei ,que para ele fui apenas um esperma teimoso mal - desejado que conseguiu sobreviver, e que não foi muito bem-vindo para ele, nem para muitas pessoas, já que não morri...  Morram!!!!!

sábado, 16 de abril de 2011

Histoire D"un Amoire _ 10ª Postagem

         Histoire   D"un   Amoire


   Ainda na Silvino Macedo.


  
  No inicio não levei muito a sério esse namoro, era algo muito estranho, a familia dele não sabia desse namoro, ele fazia o que queria, me enrolava mais do que cigarro de fumo de rolo, para mim, era algo muito chato, mais para quem iria reclamar, enquanto moravamos na mesma rua, tinhamos que ir para casa de uma tia minha em Canhotinho para namorar, e minha mãe achava certo e o maximo, e eu... mais perdida do que bala no Rio, diante dele morria de timidez, imagine um rapaz de 33 anos e uma menina de 12, é uma mãe para opinar a favor dele. As vezes sentia vontade de reinvindicar alguma coisa, mais cadê coragem... ai que vergonha do meu namoradinho... e meu namoradinho era bem safadinho... namorava Garanhuns quase todo,  mais algumas cidades, vilas e capitais. Haja moças a chorar, a correr atrás, a me humilhar por causa do meu namoradinho,  haja intrigas, conversas e fofocas por causa do meu namoradinho. E minha mãe dizia não vai na conversa do povo... é intriga da oposição... e eu abestalhada como sempre, mas, não era intriga da oposição, era verdade.

    Minha vida não mudou em nada... apenas piorou um pouquinho porque agora eu era moça séria e comprometida, tinha que ter maturidade ... afinal já estava com doze anos... haja coração... entre viagens vai e viagens vem de Canhotinho, fui vendo que meu namoradinho era um homem bonito, charmoso, fisico atletico,e tinha que ficar de olho... eu estou falando isso hoje, mais eu nem sabia lá o que significava isso... só sei que comecei a ve-lo diferente ...e suas enroladas já não me deixava tão indiferente,  começava a ficar  chateada  com o que via e ouvia

    Ai, porque minha mãe me meteu nessa fria, estudava com umas tietes dele, imagine o que levava, bruxa, boneca de feira, leucemica, tapioca, bolo cru (  esses três ultimos porque sou muito branca ) ficava chateada, chorava, sofria... Isso é o que Mesmo?   BULLING...  Meu Deus  queria que fosse agora, estou necessitanto de reais... ia pegar um dinherinho as custas dessas mal amadas , ou seja, dessas Sem amado, porque ele ficou comigo:  a bruxa, tapioca, leucemica, bolo crú, bruxa de feira

   E tudo corria mais ou menos bem...  Um dia fui buscar minha mãe perto de Azevedo, ela estava lavando roupa na casa de Gilka, ajudei ela arrumar a aréa de serviço e viemos para casa, subindo na Rua da Prósperidade ouvimos um barulho ensurdecedor, algo inexplicavel, meu coração ficou apertado, mas nada sabíamos, vi gente correndo para o lado que moravamos, mas pensar o que?  Quando chegamos na esquina dava para ver um aglomerado de pessoas perto do nosso casebre... imagine o que aconteceu?  Não ... não foi isso que pensou... pensou que as tietes  jogaram uma bomba no meu casebre? " Errou "... nosso casebre caiu... e o pior, quase mata minha irmã e meu irmão. Já sabe o que fizemos?  Sim... isso mesmo... começamos a gritar desesperadas no meio da rua, era uma gritaria só... minha casinha caiu, onde vamos ficar? e nosso pote Meu Deus, quebrou-se, nosso atajede ficou enterrado na lama, chora eu, chora mamãe, chora minhas irmãs, além de tudo eu não me sustentava em pé, tremia igual bambu no vento, me levaram para casa de Sr. Anisio, me deram água com  açucar, mas não parava de tremer e chorar.

      Ainda bem que existe gente boa do coração de Deus, D. Zezinha, uma senhora que mora ( porque ainda hoje ela mora ) na mesma rua, pegou uma chave da casa de outra senhora D. Quitéria, mulher generosa que estava viajando de férias em São Paulo e permitiu que ficassemos em sua casa até arranjarmos outra, e começoe o multirão, Adonai fingindo não ter nada comigo ( que não era meu namoradinho ), juntou-se com Jairo, Fernando, Moíses, Josemir, Geraldo  e começaram a retirar dos restos do casebre, nossos restos de cacos velhos, mesmo chorando, vi que deu para salvar ainda, um colchão de capim, que tinha mais buracos do que uma peneira, e não se rasgou não, já estava assim, colocavamos lençois para cobrir os buracos, três cadeiras e um camiseiro com três pernas, que também já estava assim antes da trajédia, sustentava porque  colocavamos tijolos embaixo do pé que faltava. E ficamos confortavelmente na casa de D. Quitéria, vários dias... que o Senhor Jesus abençoe a ela, D. Zezinha. e os que participaram do multirão e quem nos acolheu confortando, oferecendo remédios e palavras de consolo.

Menina de Trança... Não é mais criança... _ 9ª Postagem


       Rua :  Sargento  Silvino  Macedo...    Mil novecentos e antigamente...


     
    
       Aqui inicia-se um novo capítulo de minha história...  Nossas mudanças era sempre à noite, colocavamos as coisas numa carroça de mão quando era perto, ou  numa carroça de burro quando era mais distante...
       Não lembro qual o mes, sei que o ano 1970...

       Fomos morar num casebre, numa viela, era até bonitinho... tinha piso de cimento vermelho,  tinha um banheiro, dentro de casa, não, no quintal, estavámos quase ficando ricas, só que nosso trabalho dobrou, mamãe saiu do hotel, então, foi necessário arranjar mais roupas para lavar, arranjamos também um porco de meia ( ele não usava meia, para quem não sabe, simplificando, "meia", era um negocio feito por alguém que tinha dinheiro, com alguém que não tinha, mas aceitava criar, cuidar, e quando vendesse, quem comprou tiraria o valor que comprou o animal, e o restante dividiria entre as duas pessoas, Comprador e Criador ) não era bom negocio, a parte mais pesada era quem criava.  Agora sim... além de roupas, iriamos carregar lata cheia de restos de comida na cabeça, reclamar... quem era louco.

      Mamãe e eu acordavámos quatro e meia, ou cinco, íamos para Vila Maria ( Serra Branca ou Papa-Terra ) levar a roupa para lavar, deixava ela lá, ia para o Colégio, passamos dois anos sem estudar, por que não tinhamos como comprar o material escolar, farda, e uma taxa que pagava, mesmo nos colégios públicos, uma professora ( Edvanira ) que morava na mesma rua, soube, e como era diretora da Escola Dom Bosco, colocou-nos para estudar nesta escola ( hoje é a Igreja Evangelica Kerigma ), ainda hoje sou grata por isso, que o Senhor Jesus abençoe a vida dela onde estiver... Voltando a nossa rotina... á tarde íamos de casa em casa pegar restos de comida para o porco... era para o porco mesmo!!! pode rir.

    Nesta rua,  nesta casa... tiveram acontecimentos fenomenais... lembram que eu morria de medo da cegonha visitar mamãe... ela ficou chique... não visitava mais ninguém não. Minha mãe e minha irmã, sairam e quando voltaram foi com as crianças nos braços, cegoinha folgada, mais pelo menos minha irmã e mamãe, não se rasgaram de tanto gritar, assustando-nos. Nossa casa ficava um pouco escondida e quando queria olhar o que se passava na rua ia para o começo da viela, e ficava horas e horas perdida nos meus pensamentos, com um certo tempo notei que um homem ficava olhando para mim, as vezes falava comigo, me cumprimentava de longe, ficava meio arisca, era meio desconfiada com homens. Filha sem pai, de mãe solteira, não era bem vista, e além de tudo pobre. Tinha tido experiências traumáticas, mesmo com pouca idade, os homens que conheci, tinham atitudes nojentas que pareciam humanas, mas que tinham outro sentido, era intenções asquerosas,  mal intencionada, e até sórdidas, ofereciam ou davam fazendo caridade e boas ações e depois de certo tempo queriam cobrar o que deram:  um pão velho, um pedaço de tripa, uma porcaria qualquer ... Ai, que nojo! que pouca vergonha! homens que fingiam terem uma vida e  atitude exemplar, mas que por debaixo da máscara, não passavam de verdadeiros canalhas, salafrarios. Fui vitima de muitos desses anjos caidos da piedade... e não imaginam quantos e as carinhas de santas. Só que filhos sem pai, tem que aprender se defender cedo e sozinho. E aprendi... um velho nojento chegou a mostrar as chaves de uma casa e de um carro, dizendo ironicamente que eu vivia naquela vida porque queria, e que podia tirar minha mãe do sofrimento que vivia, se eu aceitasse sua proposta. Mandei ele se danar, além de canalha, velho, feio e nojento. Imagine que pedófilo, eu tinha doze anos... bandido... cuidado com seus filhos, irmãos, sobrinhos, netos, etc...ainda existem muitos desses por ai... e as vezes, com carinha de bonzinho, seu vizinho, seu amigo...

         Para acertar minha mãe, fazia uns abençoados vestidos e saias  curtas que chamavam atenção, dizia que achava bonito, e eu aceitava, economizava tecido para minha irmã caçula. Mas isso era desculpas para os tarados, eu era apenas uma menina e posso dizer que era inocente,quem quiser que não acredite é um direito de cada um, eu merecia respeito.Não vou falar dos canalhas,que conheci  porque seriam uns dez blogs e vocês se cansariam de ler tanta imundicies.


       Sei que estão curiosos, para saber... e o Homem olhava querendo o que?


       Já estava meio desconfiada, começou a me dar chocolate, bombom... ai pensei : " o que será que esse quer?  Falei para minha mãe, que o vizinho marido da professora Ednéa, pai de duas meninas ficava me olhando e que me deu chocolate, minha mãe ficou com raiva, dele não, de mim, começou a falar palavrões, e ainda disse que se eu via que ele estava olhando, era porque olhava também, e que conhecia o homem, era um homem direito, e que não ia dá trela para piralha, que eu fosse tirar o cheiro de mijo... pode?

       Passaram-se alguns meses, descobri que o homem não era casado, nem tinha filhos, era tio das meninas, irmão de Ednéa e o nome "Adonai." Então já comecei a pensar diferente, ele devia está querendo fazer amizade, e nesses acontecimentos todos,fomos nos aproximando, mas, nunca pensei que ele tinha outras intenções, certa vez, mamãe chegou para mim e falou que ele queria namorar comigo, achei muita graça, sorri tanto que mamãe ficou irritada. Eu inocentemente falei para mamãe namorar com ele que eu queria muito um pai, ela zangou-se mandou eu ter vergonha e respeita-la. E sem que eu dissesse sim ou não, foi desse modo que começei a namorar... ou que Adonai começou a me namorar. A partir daquele dia mamãe falou que não podia olhar rapaz nenhum com intenção de namorar. E fiquei igual a Rapunzel, trancada num casebre, esperando o principe desencantado. E ainda não fui feliz para sempre, ainda aconteceram muitos fatos, saberão os detalhes desse romance nas próximas postagens...



Meus primeiros amigos _ Rua: São Domingos _ 8ª Postagem

Fomos morar na Rua São Domingos, vivíamos trancadas, aos sábados e domingos quando mamãe estava de bom humor, podiamos brincar com nossos vizinhos, Jurandir filho de D. Ana e Vilma filha de D. Maria, porém, tinhamos que está atenta ao toque de recolher, digo, aos gritos de mamãe quando achava que já tinhamos brincado demais, nossa vontade sempre era de ficarmos mais, mas nem pensar em tal coisa.Nosso casebre ficava bem próximo a igreja, e uma senhora catequista ( D. Antonia ) juntava as crianças para levar a missa aos sábados. Mesmo criança ia a igreja, mesmo não tendo orientação religiosa, quando era hora dos pedidos, suplicava com fé e dor que  Aquele Senhor que as pessoas falavam que era Bom, ajudasse mamãe e tivesse misericórdia de seus sofrimentos, meus pedidos parecem que não iam com carta registrada, parecem que eram estraviadas antes de chegar até Ele, ou talvez Ele não ouvia meus miseros pedidos. E continuavamos na mesma peleja, na mesma escasses, era uma fartura só... Não sei se já falei que não tinhamos brinquedos, nem tão pouco bonecas, dobravamos as toalhas, feitas por mamãe ( de saco ), tão limpas, parecia coco, e embrulhavamos com outra e assim era nossas filhinhas ( ou seja, nossas bonecas ). E uma vez ganhamos umas boneca feias, esquecemos de cuidar da casa e comida, mamãe quando chegou da lavanderia, cortou nossas bichinhas de foice... ai...ai... que chororô... que pena... que dor.



                              Trajédia  no milharal ...




   Iamos sempre a Quipapá, para a casa de uma comadre de mamãe, e certa vez quando chegamos lá, fiquei encantada, a filha da dona da casa mostrou-me algo que fiquei encantada, um monte de pés de bonequinhas, achei aquilo maravilhoso, que menina rica, tinha muitas bonequinhas, em umas plantinhas longas e verdinhas, e o mais legal é que não necessitava de dinheiro para comprar, a menina perguntou quais eu queria, falei que as amarelinhas, ela escolheu as vermelhinhas, imagine o que fizemos, tiramos todas as bonequinhas dos pés de milho, enquanto os adultos conversavam, nós fazíamos a festa, felizes, parecíamos estarmos num mundo da fantasia, não sei quanto tempo ficamos ali, a casa tinha um enorme terraço, enchemos um lado das amarelinhas, que eram as minhas, e o outro lado das vermelhinhas que eram as de Neide, mesmo feliz ouvi mamãe falar: "Comadre Luiza o que estas meninas estão fazendo que estão tão caladas?" eu muito euforica, não cabia em mim de tanta felicidade, olhei para elas e disse:  Brincando olhem como Neide é boazinha, me deu um montão de bonequinhas e nem preciso pagar. Vi aquela expressão pavorosa que eu já conhecia, no rosto de mamãe, ela começou a gritar: "Sua...  filha de uma ... o que foi que fizeste? " Vi lágrimas nos olhos dela, não entendi... como minha mãe era egoista... não queria que eu brincasse com minhas lindas bonequinhas, D. Luiza, pegou no braço de Neide, eu já começei a chorar, não sabia por que, mais sabia que ia levar uma boa sova.

       Naquele dia, tudo prá pobre é trajédia, foi uma verdadeira e triste trajédia, Sr. João o esposo de D. Luiza quando chegou, ficou indignado, toda plantação de milho que fez estava perdida, só sei que naquele ano os coitados não comeram canjica, nem milho assado. Hoje eu entendo porque levei uma bela sova e toda vez que mamãe lembrava, levava uns cascudos.
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segunda-feira, 14 de março de 2011

7ª Postagem : Novo endereço _ Rua Santa Terezinha.



        

      Trauma...

    

    

Segunda-feira, 14 de março de 2011 06:13




      Mudamos para a mesma rua em que nasci, fomos morar numa mei'agua ( também chamada cachorra de cocóras ) o que aconteceu de importante neste novo endereço é que começei a acompanhar minha mãe, ajudando-a carregar as roupas sujas para lavar na Serra Branca, três a quatro quilometros da nossa casa, o cansaço era insuportável, mas, ia feliz, por que estava perto da minha mãe. Quando saíamos de casa era muito cedo, quatro horas da manhã e voltavámos as dezoito horas, mamãe tomava banho e saia para o Hotel do Sr. Joãozinho, trabalhava como cozinheira até ás vinte e três horas, lembro que era um senhor muito educado e gentil, porém mamãe nos orientou para não ficarmos indo muito no hotel para ve-la, e quando fossemos, esperasse que o Sr. Joãozinho mandasse entrar. Não íamos muito, só íamos quando era Natal e São João, e sempre o dono do hotel dava dinheiro para gastarmos conforme a ocasião, ficavamos tão felizes, que homem santo... que homem generoso!!!!
     Pouco tempo moramos ...  mudamos para a Rua Presidente Kennedy, era um matagal terrível, só tinha a casa que íamos morar , uma casa vizinha , o Posto e o  Hotel  Kennedy. Nada de importante lembro ter acontecido nessa casa, só que mamãe inventou de criar uns abençoados porcos, galinhas e pintinhos, quando os porco soltavam-se comiam os pintinhos ou matavam  pisando-os, ela ficava zangada e batia na minha irmã mais velha com os pintinhos mortos, assustada as vezes pensava que o sangue do pintinho morto era da minha irmã.
    Apesar de amar, respeitar e de ter muito medo da minha mãe, sabia que ela era muito brava, violenta, as vezes nem entendia porque estávamos sendo açoitadas tão violentamente, e dentro de mim, sentia muito desgosto, calada, achava que ela não nos amava.  Um certo dia eu estava brincando com um ferro, era um ferro com base oval, fino cabo que media uns 10 cm, não tinho nem idéia para que servia aquilo. Minha mãe estava fora, quando chegou que me viu com aquela porcaria, ficou tomada por uma ira terrível, tomou da minha mão e bateu com ele na minha cabeça, senti uma dor forte e algo escorrendo da minha cabeça... era sangue... não sei se por querer ou por fatalidade furou minha cabeça. Como toda criança, fiquei esperando que ajeitasse o ferimento, mas ficou indiferente, a noite quando eu dormia, senti alguém mexer no ferimento, era ela colocando mercúrio, senti um desgosto muito grande, parecia que ia morrer, no dia seguinte, só o travesseiro era a testemunha mais evidente da minha triste travessura, estava manchado de sangue.